quarta-feira, junho 22, 2011

Não-tão-bom-partido

"He doesn't look a thing like Jesus but more than you'll ever know."
The Killers - When you were young


  Olhar azul, como a cor do céu no mês de Janeiro, verão brasileiro; tão caloroso quanto qualquer país tropical; corpo esbelto, digno de desfilar por horas na praia, um corpo que deixaria qualquer mulher vidrada; uma voz suave, doce, que encanta os mais belos pássaros e faz toda a natureza cantar junto com ele; cabelo negro e ondulado, que se destaca totalmente da sua pele alva e lisa, e este contraste o faz chamar mais a atenção de todos.
  De uma família bem estruturada, descendente de franceses, com propriedades em todo o país (e até mesmo algumas na Europa). Filho de empresários. O "sonho de consumo de muitas mulheres".
  Por onde passa deixa rastros de seu perfume, deixa jovens a apreciá-lo, deixa homens com um pingo de inveja.
  Louis, 22 anos, vive uma vida que todos desejam ter um dia: não estuda, não trabalha, sai sempre que pode, viaja para onde quer, faz o que bem entender.
  Cativa muita gente com sua aparência, porém a aparência é apenas um detalhe, e o resto... bom, o resto deixa a desejar.
  Louis, 22 anos, capricorniano, rico, charmoso, bonito, malhado, frequentador nato de baladas e viajante "de primeira" não sabe qual o motivo de fazer tudo o que faz. Ele simplesmente vive por viver, não tem objetivos concretos, e pelo fato de sua família ter uma herança boa o suficiente para mantê-lo vivo até seus últimos dias, ele se acomodou.
  Ia para o colégio quando mais jovem, estudava nos melhores deles, mas no fim do Ensino Médio se formou sem muito conhecimento: apenas decorou a matéria e esqueceu-se da mesma em seguida.
  Não quis fazer faculdade porque nunca soube ao certo o que "queria ser quando crescer" - na verdade, até sabia, mas anos atrás, quando criança; quando mais precisava saber o que seria esqueceu-se de seus sonhos de infância.
  Nunca procurou emprego, sempre achou que "meras experiências profissionais" não eram necessárias. Nunca achou que amadurecer fosse uma verdade. 
  Filmes? Só assiste os que passam de noite, na Globo - e para pegar no sono. Livros? Nunca lê, só "lê" outdoors por aí quando volta de viagem pelas rodovias.
  Louis sabe impressionar quando quer, mas quando mais precisa não consegue fazê-lo. A primeira impressão que podemos ter dele, por sua aparência e tudo o mais, é que ele vale toda a pena, mas no fim descobrimos que a pena não vale tanto assim.
  Ah, quer saber? De Louis não quero mais saber. Prefiro continuar com meus textos a continuar escrevendo este aqui, cujo protagonista não gostaria de lê-lo e ao mesmo tempo é antagonista de si mesmo.
  Os “Louis” por aí que me desculpem, mas como dizia a minha avó: beleza não se põe na mesa.

7 comentários:

  1. Fui feliz...não me identifiquei com o Louis! E será que sou só eu que, quando vejo esse nome, lembro imediatamente de Entrevista com um Vampiro?

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  2. Pooow muito lindo *-*

    segue de volta?

    www.luliskd.blogspot.com

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  3. Retribuindo a visita.. Parabéns pelo blog! Beijoss

    Quem gosta de pensamentos, poemas (PALAVRAS COMOVEM)

    http://angelmartinss.blogspot.com/

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  4. Parabéns, você escreve muito bem, as cenas são bem narradas o texto esta bem dividido, e o seu blogger é lindo :D
    beijos

    http://namelessterror.blogspot.com

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  5. Oi! Que texto legal!
    É, existem tantas pessoas vazias como esse louis por aí né? Sinto pena delas, pois a apesar de terem td são totalmente infelizes. Fazer o q né, existem pessoas e mais pessoas nesse mundo!

    =**


    se quiser, da uma passadinha no meu blog?
    http://heliofilhoo.blogspot.com/

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  6. Verdade! Beleza realmente não se põe na mesa.

    Adorei aqui. Tõ linkando no meu. :D

    Fala sério, né gente?
    http://falaserionegente.blogspot.com

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