quarta-feira, junho 22, 2011

Uma carta


“Hello, I've waited here for you everlong.
Tonight I throw myself into and out of the red, out of her head she sang.
Come down and waste away with me, down with me.
Slow, how you wanted it to be.
Over my head, out of my head she sang.
And I wonder, when I sing along with you if everything could ever feel this real forever;
 if anything could ever be this good again.
The only thing I'll ever ask of you: you've gotta promise not to stop when I say ‘when’.
She sang.”
Foo Fighters - Everlong


  Carlos Eduardo acordara pela manhã. Os olhos, lacrimejados pelo sono, abriram-se e ele observara com dificuldade que estava sozinho no quarto. Sua companheira havia lhe deixado um bilhete no travesseiro. Ele pegou o mesmo, confuso, e então iniciou a sua leitura com a vista embaçada pela sonolência.


"Cadu,
  Tive que partir hoje, preciso repensar em algumas coisas. Desculpe-me não ter te acordado para despedir-me, observei-o dormindo tão angelicalmente que fiquei com dó de despertá-lo.
  Irei passar algum tempo fora da cidade, assuntos pessoais (não que você não seja também um "assunto pessoal", mas preciso ajeitar outros pontos da minha vida).
  Talvez um dia eu volte, e se voltar, entrarei em contato para revê-lo, mas por instância preciso cuidar de meu marido e meus filhos (também sinto não tê-lhe informado sobre eles antes).
  Esses dias que passamos juntos foram inesquecíveis; obrigada por tudo, e tenho certeza que um dia me agradecerá por ter ido embora assim.
  Você é um belo rapaz, em breve achará uma mulher que dê tudo o que você merece.
Com amor e belas lembranças,
Amélia."


  Cadu surpreendeu-se com o que Amélia havia revelado, mas não se sentiu enraivecido por isto, pois "a mulher que daria tudo o que ele merece" chegaria no próximo fim de semana, depois de passar dois meses no sul do país, fazendo um curso de especialização.

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